Nesse mundo caótico e trágico em que vivemos, nós e o resto dos outros países, até que é uma boa ideia finalmente fazerem um filme positivo de boas intenções e lições, que vem de um “Best-seller” norte-americano de muito sucesso que virou um filme de êxito também de bilheteria (atualmente 88 milhões de dólares) e que Julia Roberts insistiu em estrelar. É uma coisa muito rara hoje em dia discutir e apresentar situações humanas verdadeiras, procurar soluções para a educação nas escolas não apenas no hoje indefectível “Bulling”, mas principalmente para as crianças que por acaso são frutos de alguma doença que as deixou limitadas e sem possibilidade de serem ditas normais (neste caso porque teve seu rosto deformado), bastante assustador de tal forma que ela usa no rosto uma máscara de astronauta.
É curioso que o diretor deste filme Stephen Chobsky fez sucesso antes como escritor e dirigiu um filme autobiográfico muito talentoso chamado As Vantagens de Ser Invisível (que revelou o Ezra Miller, atualmente o Flash de Liga da Justiça). Mas Stephen também foi roteirista do musical Rent, do filme da Disney A Bela e a Fera, e do próximo, Prince Charming! Entre as grandes sacadas neste filme foi ter escolhida a nossa querida Sonia Braga, para uma pequena cena de poucas palavras como a avó da irmã do menino. Ela tem credito nos letreiros e até posters, e se sai muito bem, fazendo com ternura um pequeno momento.
Foi uma das razões porque gostei tanto do filme (que ao contrário de certos brasileiros realizam filmes sobre escolas e crises de educação mostrando tudo de forma grosseira e suicida). Achei interessante também aqui resistirem mostrar a figura do menino protagonista, chamado de Auggie sem facilitar o rosto que ele tem deformado (quem faz o papel é o menino de bela aparência na vida real, Jacob Tremblay talentoso e que ficou famoso no filme O Quarto de Jacob, 15). Desta vez tem uma aparência estranha que esconde uma inteligência muito grande. Quem procura trazer algum humor é Owen Wilson, no papel do pai enquanto Julia Roberts procura inclusive envelhecer com maquiagem para não cair em exageros como a mãe Isabel. Há também outra figura interessante que é a irmã mais velha dele e que por isso sofre mais na parte social na escola (não conhecia a encantadora Izabela Vidovic, apesar de já ter carreira longa em séries).
A história basicamente é uma lição de vida de como sobreviver numa escola (e quem tem uma participação segura é o Mandy Patinkin, de Yentl). Mas é positivo, cheio de amor e esperança. Não é possível que não haja pessoas ocupados demais com as compras de Natal para prestigiá-lo.