Crítica sobre o filme "Lucky":

Rubens Ewald Filho
Lucky Por Rubens Ewald Filho
| Data: 04/01/2018

Estreia na direção de um ator conhecido: Lynch é um careca que já fez mais de 100 filmes e certamente quis fazer uma homenagem a esse veterano Dean Stanton (que por sua vez completou 200 filmes antes de morrer aos 91 anos, em 15 de setembro de 17). Essa foi a proposta do filme, reunir um grupo de amigos que fizeram trabalhos com ele, para participarem de conversas melancólicas sobre o passado. Com gente que vai do diretor Lynch (de Twin Peaks), o cantor que já foi famoso e estava sumido James Darren, Tom Skeritt, amigo dele, de Alien e assim por diante.

Ou seja, é um filme de amigos, feito com carinho e senso de humor, nem tanto para celebrar a velhice porque mulheres fazem melhor essa temática do que um sujeito caipira numa cidade do deserto, o que já limita seu público aos poucos veteranos. Esse foi o problema, já que não estamos falando de histórias épicas, muito menos românticas (embora tenha um momento curioso onde veem o pianista Liberace tocar piano em La Vegas).

Para mim o curioso é que conheci Stanton quando ele veio ao Festival do Rio, logo depois de ter participado da Palma de Ouro com o filme de Wim Wenders, sem dúvida seu ponto de alto como carreira (Paris, Texas, 85). Era caladão, esquisito, não muito simpático e só pensava em sair agarrado com a jovem que o acompanhava. Sem dúvida, um tipo marcante, bem faroeste, bem do deserto. Este filme é emocionante para quem o viu em tantos faroestes, terminar sua carreira com tanta dignidade. E ainda por cima cantando melodias mexicanas...