Crítica sobre o filme "Que Te Faz Mais Forte, O":

Rubens Ewald Filho
Que Te Faz Mais Forte, O Por Rubens Ewald Filho
| Data: 08/02/2018

Havia uma expectativa grande para este filme independente da Lionsgate para os fãs de Jake Gyllenhaal que há tempos esperam sua oportunidade para levar um Oscar. Infelizmente não foi selecionado para o Oscar, e nada importante também.

Embora se conte a mesma história recente do filme de Mark Wahlberg (O Dia do Atentado de maio do ano passado, contando o ataque terrorista durante corrida em Boston, sua cidade natal), o enfoque é outro, menos thriller e mais aventura. Mas ainda assim dramático e realista, se fixando antes de tudo na vida particular e familiar do protagonista. Justamente Jeff Bauman (Jake) que é um rapaz de vinte e tantos anos, sem emprego fixo, e que tem uma família pobre, afetado por parentes e principalmente uma mãe alcoólatra e vulgar, que só causa problemas (quem faz o papel da mãe é a atriz inglesa Miranda Richardson, que por justiça deveria levar todos os Oscars por sua interpretação ousada e esplendida!).

Curiosamente Jake fez todos os esforços para acertar no filme, emagrecendo muito seu corpo, usando uma lente escura para esconder os olhos azuis, e embora o filme tenha um lado épico ao final (num jogo esportivo), ele é muito dramático, sem ter medo de esconder as falhas de caráter do protagonista e sua turma. O lado positivo custa a chegar ao final depois de mostrar o sofrimento da namorada e mulher dele, que fica grávida, que tenta ajudá-lo desde o primeiro momento da explosão (e aí temos nova interpretação brilhante, canadense da estrela de TV Tatiana Maslany, da série Orphan Black, pela qual ganhou merecido Emmy, seus outros filmes foram muitos, 61 créditos, mas aqui tem um de seus melhores momentos).

É curioso, portanto a proposta do diretor e produtor David Gordon Green, que fez o fraco Especialista em Crise, com Sandra Bullock, o esquisito Joe com Nicolas Cage, o pouco visto Manglehorn com Al Pacino, e pelo menos dez outros trabalhos de gosto e resultado duvidosos. De qualquer forma, este é o que tem um efeito mais sério planos longos, fechados, que pretendem ser fortes e humanos (mas nem sempre resultam). O filme, porém não foi bem de bilheteria nos EUA onde não rendeu mais do que 4 milhões e 200 mil. Curiosamente anuncia-se a vinda de Jake para o Rio de Janeiro onde vai rodar um filme chamado Rio, com Benedict Cumberbatch, Michelle Williams, dirigidos por Steven Knight.