Este foi o filme de abertura do 70th Festival de Cannes, ou seja, do ano passado, aproveitando o prestígio do diretor Arnaud Desplechin (que tinha apresentado na mostra paralela o elogiado Trois Souvenirs de ma Jeunesse/Três Lembrança da Minha Juventude, 15). Como sempre com seu ator preferido Mathieu Amalric que ajudou a tornar famoso - aliás o personagem dele se chama Ismael, o que explica já o titulo do filme - mas também a participação de duas estrelas francesas, Charlotte Gainsbourg (filha de Serge e que está aqui num bom momento inclusive de fotogenia) e uma de minhas atrizes preferidas, a sempre deslumbrante e boa atriz Marion Cotillard. Infelizmente o filme teve certas indicações (ao Lumière, o Delluc, o Festival de Munich), mas nenhum prêmio significativo.E por uma razão muito simples, é um filme complicado, difícil de seguir, em que o diretor roteirista mistura varias tramas e situações.
Assim Almaric faz o papel de um diretor de cinema que também escreve seus roteiros. Inquieto ele não se conforme com o desaparecimento de sua antiga esposa (Marion) o que deixou o pai dela a beira da loucura. O escritor bebe muito, mas está se recuperando e já começa estruturando um roteiro que deverá filmar (é quando entram em aparições pequenas o astro Garrel e a italiana Alba). Também conhece uma nova mulher que se interessa por ele, que é Charlotte e com quem começa um romance bem sucedido. O problema é que Marion ressurge de repente, vinte e um anos depois! Não sabe com quem deverá ficar e mistura-se de tudo um pouco, principalmente os momentos do filme que escreve se tornam mais confusos e até desnecessários. O que importa mesmo seria o triangulo amoroso.
De qualquer forma, o filme vai enlouquecendo tem inclusive um delírio de “back projection” e, portanto, vai irritando (embora seja engraçado o produtor obrigando a diretor a terminar o filme!). Um último detalhe já no final, resgata Charlotte, num belo momento.