Lucia Murat continua sua carreira sempre interessante, alterando dramas e documentários de qualidade. Aqui conseguiu uma co-produção que inclui Portugal e Argentina (o que não deixa de ser um pouco esquisito quando o filme abre com uma canção portuguesa e segue com a moça tomando banho de mar. O ideal seria que no final o banho se repete, mas fica na impressão apenas). Porém qualquer restrição possível é demolida pela escolha da atriz central, uma figura notável, simpática e carismática, chamada Grace Passô (que esteve antes em Fronteira, O Roubo da Taça, Elon Não Acredita na Morte). Além disso, para quem não mora ou conhece bem o Rio de Janeiro, o titulo Praça Paris é confuso para o espectador.
Por outro lado, Grace é Gloria, uma figura adorável que segura a história muito singela da solitária que leva na prisão comida para seu irmão preso (escondendo um segredo do passado deles) ao mesmo tempo em que faz uma espécie de terapia com uma jovem portuguesa Camila (Joanna de Verona) que apesar da boa vontade não chega a ficar a vontade. O conflito se estende num mal entendido, mas é a presença de Grace que acaba fazendo falta na conclusão. Porém esses pequenos deslizes não prejudicam o filme digno e importante. E Viva Grace!