Este foi o único Oscar de melhor filme e roteiro para um trabalho do célebre diretor Cecil B.Mille (1881-1959), que em sua época era um dos poucos realizadores conhecidos pelo público (ainda que fosse mais por seus épicos bíblicos como Os Dez Mandamentos). O título vem do nome que usavam os espetáculos circenses da famosa companhia Ringling Bros. Que se apresentava em três picadeiros transformando circo em show, com música e garotas (infelizmente esse estilo de show resistiu até pouco tempo atrás quando a firma abriu falência e fechou a negócio). Fundado em 10 de abril de 1871 nos Estados Unidos, se extinguiu em 21 de maio de 2017. Fundadores: P. T. Barnum, Ringling Brothers, James Anthony Bailey (atenção para o Barnum, que é justamente aquele que estrelou a recente biografia musical, O Rei do Show com Hugh Jackman).
Grande sucesso de bilheteria, mau visto pela crítica porque é superficial e melodramático (o que explica seu êxito). Sem faltar nenhum clichê (como um desastre de trem feito com miniaturas, que é culpa de sabotador, com as feras soltas oferecendo perigo, trapezista que sofre acidente e fica deficiente para o resto do filme, o palhaço que esconde um passado (e por isso nunca tira a maquiagem, papel que James Stewart aceitou). Muito colorido, repleta de aparições inesperadas de astros da Paramount (Bob Hope, Bing Crosby, Mona Freeman, Edmond O´Brien, William Boyd e DeMille como o narrador). Ele teve a inteligência de escolher o quase estreante Heston para o papel do gerente do Grande Circo, um personagem que segura o filme e assegurou ao ator uma longa carreira. Há estrelas da época como Betty Hutton (Bonita e Valente), Gloria Grahame (a moça que trabalha com elefantes), Dorothy Lamour (quase uma ponta, ela foi a parceira habitual das comedias de Bob Hope e Bing Crosby). É um típico produto dos anos 50: cafona, óbvio, ingênuo mas divertido. Quando criança me divertia e cheguei a assistir várias vezes.