Crítica sobre o filme "1984":

Rubens Ewald Filho
1984 Por Rubens Ewald Filho
| Data: 19/04/1992

Segundo filme sobre a polêmica obra de George Orwell (já houve uma versão modesta em branco e preto em 55). Um belo trabalho. A grande idéia fica por conta do jovem diretor que, em vez de criar um mundo do futuro conforme o imaginamos hoje com nossa tecnologia, preferiu inventar um universo de pesadelo, conforme Orwell era capaz de imaginá-lo nos anos 30, diante da ameaça visível do nazifascismo. É um mundo sombrio, trágico, sinistro, que propositadamente recorda cenas de documentários sobre Hitler. A direção de arte é brilhante, assim como a escolha do elenco. John Hurt tem bem o aspecto de um tipo comum que comete o crime de descobrir o amor proibido pela ditadura do "Grande Irmão". O filme tem grande mérito de ser extremamente fiel tanto ao espírito quanto á letra do texto, sem transpor também sua aridez. Por isso, torna a obra muito mais acessível ao público. Foi, também, o último trabalho de Richard Burton no cinema. (REF em 1992)