Crítica sobre o filme "Divertida Mente":

Rubens Ewald Filho
Divertida Mente Por Rubens Ewald Filho
| Data: 17/06/2015

Pressionada pelas críticas que acusaram a Pixar de ter se tornado comercialmente, no pior sentido da palavra (como em Aviões), fazendo continuações e trabalhos menores, fez com que o estúdio se esforçasse em recordar seus bons tempos, quando a cada semestre apresentava histórias originais e diferentes, que acabaram se tornando clássicos da Animação. Filmes como a trilogia Toy Story, Procurando Nemo, Monsters Inc, Os Incríveis, Up Altas Aventuras, Wall-E, Ratatouille. O diretor  principal Docter fez antes o Up e o primeiro Monstros. Carmen é estreante.

Este novo filme - é o décimo quinto da Pixar -  tem sido recebido com entusiasmo pela critica, mas me deixou com uma preocupação. A gente nunca sabe o que as crianças vão pensar e sentir, ainda mais hoje em dia quando já são criadas diante da TV assistindo séries de animação e decorando todos os longas (que assistem até cansar). Mas não me parece que seja filme para criança, adulto pode curtir, mas a trama e a situação deve parecer confusa para eles. Por que se trata de uma situação estranha a elas. Afinal quem são essas vozes e pessoas que ficam falando na cabeça da gente, ou das crianças (a sequência com adultos é muito curta e já vista no trailer!). Quer dizer que é normal ouvir vozes e não mais sinal de loucura!?

Achei esquisito mesmo para adultos e bem menos engraçado do que os colegas. Riley é uma garota que saiu do Meio Oeste e se mudou para San Francisco, onde tem que administrar seus sentimentos na nova escola e vida em San Francisco e fazer o melhor uso das emoções (Alegria, Medo, Raiva, Tristeza e “Disgust” que pode ser traduzido como Repugnância, Nojo). Sem ela perceber há um grupo de variadas pessoas que ficam lhe dando conselhos no que seria supostamente engraçado (dizem que os roteiristas consideraram 27 emoções mas preferiram se fixar nessas, sobrando algumas como Surpresa, Orgulho, Confiança).  Cada emoção é baseada numa forma: Alegria é uma estrela, Tristeza é uma lágrima, Medo é um nervo exposto e Nojo é brócolis! (verdura que em geral a criança americana desgosta). E segundo o diretor Docter, a inspiração veio ao observar a filha passar por essa fase difícil do crescimento. O desenhista de produção Ralph Eggleston levou cinco anos e meio trabalhando no conceito visual do projeto (que é cheio de criatividade, por exemplo, quando a heroína fica perturbada com alguma coisa, o filme fica ligeiramente fora de foco).

Portanto esta animação é quase experimental na sua tentativa de ser entendida por crianças e adultos. Na verdade deverá ser mais compreendida por justamente aqueles que estão na idade alvo, por volta de 11 anos.