Mais uma vez Clint Eastwood acerta a mão como Diretor. Até parece redundância. Com tema difícil, algumas vezes filmado, o filme acerta no tom ao não enaltecer nem ao prestigiar o ufanismo americano na guerra contra o terrorismo. Apenas retrata, de forma até bastante humana, um dos chamados heróis nessa guerra que no momento parece sem fim.
Imagine para os americanos, de classe média, sem muitas informações ou até mesmo Cultura o que é ver seu país sendo atacado por terroristas. O sangue de patriotismo corre nas veias, bandeiras são hasteadas e, quem pode, vai sim defender seu país a qualquer preço. Pois bem, partindo desta premissa básica, é contada aqui a história e um atirador de aleite, um Sniper, ou seja, um Franco Atirador que está disposto a proteger seus companheiros e, por consequência, seu país. Assim ele foi criado, assim ele acha que deve ser.
Sendo assim, ele não hesita em atirar em quem quer que seja. Homens, mulheres e... até crianças. Mas a que preço? Quais as cobranças da sua consciência? Até que ponto? Assim o ator Bradley Cooper, que pra mim até então sempre foi inexpressivo, retrata bem este americano que vai aos poucos se modificando, seja pela continuidade de seus atos, seja pela pressão da família (Sienna Muller faz sua mulher, bonita, aqui morena, mas até certo porto irritante, como deve ser. Mas limitada.).
Neste dilema do que é imoral, amoral ou até mesmo sem sentido, o filme vai mostrando esta pequena história, de forma competente, fazendo o tempo passar e nos envolvendo com os personagens. Algo bem típico da segurança do diretor Eastwood, a cada dia mais me forma. Apenas seu final é meio apressado, poderia ser um pouco mais detalhado para quem não foi participante dos atos deste verdadeiro herói americano dos dias de hoje.
Em tempo: dizem que Cooper pode até vencer o Oscar®, correndo por fora, como azarão, garças ao fracasso de Eddie Redmayne (A Teoria de Tudo), o favorito até então, no fraco O Destino de Júpiter, o que poderia dividir seus votos e passar por Michael Keaton, de Birdman. Será?
Resumo final: assista ao filme, sem preconceitos. Vale e emociona.