Eu fico muito triste quando vejo um filme brasileiro de qualidade que me parece condenado ao fracasso, embora tenha muitas qualidades. Este aqui, por exemplo, já tinha ganhado o prêmio de atriz no Festival de Natal (alias a atriz Miriam é ótima e sai encantado com ela, embora sem conhecê-la antes. Parece que a moça trabalha na Record e naturalmente ninguém assiste a emissora, ou quando o faz não consegue guardar qualquer nome!). Parece que ela é companheiro do ator Bontempo (que também é codiretor aqui e isso pode ajudar a explicar porque estão tão bem juntos).
Este tem tudo para ser um teatro filmado, aborrecido como eles todos costumam ser. Mas é uma exceção. Já gostava muito do texto do Vianinha - o Oduvaldo Viana Filho, falecido em 1974, aos 38 anos, no auge da carreira, de câncer (alguns anos atrás assisti o Marco Nanini dando show numa montagem). Após 13 anos juntos, Lucio e Silvia decidem se separar. Logo eles que se entendiam tão bem que parecia uma mão se encaixando numa luva. Todo passado num elegante apartamento, os dois brigam, discutem, fazem amor, fazem as pazes, brigam de novo. Como todo casal que se preze.
Coproduzido pelo Canal Brasil (o que vai lhe dar ao menos uma chance de ser visto dia 25 de novembro) me pareceu um delicado e sensível filme romântico. E naturalmente sai fã da super talentosa Miriam.