Crítica sobre o filme "Homem Mais Procurado, O":

Rubens Ewald Filho
Homem Mais Procurado, O Por Rubens Ewald Filho
| Data: 09/10/2014

Foi bom ter assistido este filme de espionagem que finalmente me fez perder o pudor de não admitir que não gostava de filmes de espionagem, que nos deram um descanso e  agora retornam aos poucos. E o mestre do gênero que é há mais de 40 anos o escritor John Le Carré, desde os tempos de O Espião que Saiu do Frio (65) que foi o primeiro a mostrar o lado anti-James Bond, eles não são sofisticados, ganham pouco, vivem num mundo de traições continuas, sejam de familiares e colegas, ou seja, é uma droga de vida e se você está procurando uma profissão, todos os filmes do gênero indicam a mesma coisa. Descobri também quando eles se tornam aceitáveis: quando tem ação e algo realmente acontece. Não é enrolação como este drama de papo furado, onde todo mundo sofre para resolver um caso na Alemanha que não final das contas é resolvido sem tiros, sem ação, sem correrias e deixando uma enorme saudade dos tempos do Bourne com Matt Damon (aliás, já se fala em seu retorno!).

Não curto o estilo de direção deste Corbijn, que já tinha destruído Um Homem Misterioso com George Clooney.  É verdade que é cool, distanciado, tem controle da imagem, mas é difícil achar uma despedida mais infeliz para o falecido Philip Seymour Hoffman, cuja morte acabou provocando uma enorme tristeza em uma enorme legião de fãs que nunca imaginei que existisse! Este foi o ultimo filme que concluiu, deixando algumas cenas inacabadas em Jogos Vorazes a Esperança I e II. Ele faz Gunther Bachman, uma agente do Serviço Secreto em Hamburgo, Alemanha, que fica sabendo da chegada de um estranho checheno que tem cara de sem teto e tem uma atitude estranha. Tem acesso a um grande dinheiro mas não esta muito decidido que destino essa grana pode ter.

Willem Dafoe faz (bem) um diretor de banco que tem controle sobre a grande fortuna, enquanto Robin Wright tem participação ativa e bissexual como agente americana. Espia para cá, espia para lá e pouca coisa acontece, a não ser mais traições, até entre famílias. E o danado do Bourne não dá o ar de sua graça já que poderia muito bem dar uma incrementada na história. O filme foi lançado nos EUA e ate agora não passou muito dos 17 milhões de dólares. O que pensando bem é mais do que merece.