Já se sabe como Woody Allen faz para escolher o Projeto de seu ano. Ele pega sua sacolinha onde guarda suas idéias, em pequenos papéis ou anotações e as vai retirando ao acaso até escolher uma que o agrada. Este ano, depois de uma safra bem sucedida com Meia Noite em Paris, Para Roma com Amor e Blue Jasmine, ele tropeça num projeto menor que vai decepcionar os fãs mais exigentes. Embora tenha elementos de magia que ele costuma usar com frequência, o roteiro é repetitivo, sem graça, sem maior invenção. Acho que é o mais fraco dele desde o horrível Tudo Pode Dar Certo, 09, com Larry David. Rendeu ate agora 5.489 milhões de dólares e não tem jeito de ir muito mais longe (mal estreou no exterior ainda).
Uma pena porque tinha algum potencial, começando pela presença agradável de Emma Stone (que por sinal estará no próximo também ainda sem titulo, ao lado de Joaquim Phoenix). Enfim, desta vez é uma história romântica (com os elementos de costume, musica de época, ambientes antigos no caso dos anos vinte e mansões suntuosas) onde se conta outra história, agora estrelada pelo vencedor do Oscar e sempre correto Colin Firth, Stanley, um cínico inglês conhecido como desmistificador especializado em desmistificar mágicos e vigaristas, que fica tão indignado com certos boatos que deixa a Riviera francesa e vai atrás de uma jovem que se diz clarividente e esta prestes a se casar com o herdeiro rico e banal de uma família milionária (ele só se preocupa em lhe cantar musicas românticas ao ukelelê).
Ela é Sophie (Emma, mais lembrada pelos dois filmes do Homem Aranha) que se diz clarividente ou adivinha até tal ponto que Stanley está disposto a reconhecê-la. O fato é que o filme provoca alguns sorrisos, tem uma bela fotografia (do mesmo fotografo iraniano que fez Meia Noite em Paris, Para Roma com Amor, Amor, Era uma vez em Nova York). Mesmo os atores mais conhecidos fazem aparições por demais curtas pouco engraçados, o que inclui a ótima inglesa Eileen Atkins (que faz Tia Vanessa), Marcia Gay Harden (Mrs. Baker, que mal se vê), a sempre divertida australiana Jackie Weaver e se piscar não da para ver Ute Lemper cantando. Enfim, lamento informar que é uma decepção.