Crítica sobre o filme "Amantes Eternos":

Rubens Ewald Filho
Amantes Eternos Por Rubens Ewald Filho
| Data: 14/08/2014

Nunca fui admirador de Jarmusch e não vai ser agora que vou me derramar em elogios quando ele já esta preguiçoso, quatro anos depois do anterior e muito pouco visto (Os Domínios do Controle/The Limits of Control, 09) que fez na França com a mesma Tilda Swinton (esta sim indestrutível cheia de mistério e classe).

Exibido em Cannes mas não premiado, o filme carece de um humor que sempre permeava seus trabalhos. Continua minimalista explicando o mínimo possível (se bem que lidando com temas mais que conhecidos, realmente não há necessidade, embora ele tivesse esquecido de mencionar que o Adam e Eve que citava não era da Bíblia, mas de uma obra de Mark Twain! O que muda tudo...). Mas a escolha do vampiro roqueiro é adequada na figura melancólica, mas carismática de um ator do momento: o britânico Tom HIddleston (Thor).

O elenco é muito enxuto, com Tom como o vampiro Adam que tem um único e jovem amigo Ian (Anton Yelchin, que não sabe muito dos segredos). Enfadado de quase tudo, ele vive numa casa velha numa espécie de Casbah ocidental consultando médico (Jeffrey Wrigth) e um velho (John Hurt). Sua vida se anima um pouco quando recebe a visita da vampira de sua vida, que o compreende e ama, Eve (Tilda) e vem lhe fazer uma visita. Infelizmente aparece também a irmã mais nova dela (Mia Wasikoswka) que novamente se revela inconveniente.

O filme é apenas isso, uns pares de noites na companhia do entediado casal que se queixa da humanidade que esta destruindo a natureza e onde a música de guitarra parece ser um ocasional alivio.