Crítica sobre o filme "Juntos e Misturados":

Rubens Ewald Filho
Juntos e Misturados Por Rubens Ewald Filho
| Data: 16/07/2014

Até agora tinham funcionado bem os encontros ocasionais da dupla Drew Barrymore com Adam Sandler, começando com o simpático Afinado no Amor (The Wedding Singer, 98), do mesmo diretor e que ate show da Broadway virou e o engraçado Como se Fosse a Primeira Vez (50 First Dates, 04), de Peter Segal. Mas Sandler atravessa uma fase péssima e parece perdido ao atingir a meia idade – está perto dos cinquenta anos - e insistir em fazer o mesmo tipo de garotão bobo, que esta ficando anacrônico. Drew quem diria começou no cinema aos 3 anos e agora completa 40 anos, mantendo sua figura agradável.

O problema é que eles não conseguiram encontrar um roteiro decente e escorregaram nessa comédia sem maior graça, desajeitada e incompetente. Que se encerra inclusive numa sequência de férias na África do Sul (aliás, como outros filmes de Sandler que tem tido essa mania de aproveitar para levar os filhos em férias para lugares exóticos onde também aproveitam para rodar filmes) Aqui no caso é Sun City, um suntuoso e kitsch palácio de atrações exóticas e animais da selva, reserva animal (embora lá não tenha elefantes como no filme) e a cidade perdida. Assim toda a família Sandler de crianças e adolescentes aparece no filme quase como eles mesmos!

A crítica americana nunca gostou de Sandler (mas no Brasil ele sempre se deu bem, apesar dos filmes que vem piorando a olhos vistos). Mas é espantoso como ninguém se deu conta que a história era ruim, mal contada, com um script sem graça, coadjuvantes horríveis, situações embaraçosas. O ponto de encontro é um blind date (encontro as escuras) que se torna um desastre entre a divorciada Lauren (Drew) e o viúvo Jim (Adam). Juram nunca mais se encontrarem, mas uma série de coincidências faz com eles e a família (suas 3 garotas e os dois meninos dela) vão parar de férias na África. Tudo é mal justificado, mal escrito, mas possível de perdoar se tivesse alguma graça. Trata os africanos de modo discutível, a menina meio masculinizada se chama Espen em homenagem a ESPN (veja a ponto que chegaram!). Não funciona nem como chanchada, nem como comédia romântica. Um pavor.