Crítica sobre o filme "Último Amor de Mr. Morgan, O":

Rubens Ewald Filho
Último Amor de Mr. Morgan, O Por Rubens Ewald Filho
| Data: 03/07/2014

Embora tenha participado de alguns festivais e estreado em novembro nos EUA, passou em branco sem despertar qualquer emoção ou renda, esta produção europeia que foi dirigida e escrita pela interessante alemã Sandra Nettelbeck que fez o sucesso  Simplesmente Martha (depois refeito pelos americanos com Sem Reservas). Mas acho que foi uma questão de intensidade, frieza, tem bons, ate grandes atores, mas alguma coisa deixa a plateia ausente e desatenta. Embora as estatísticas demonstrem que cada vez há mais espectadores nas salas com mais de cinquenta anos (e cada vez mais adolescentes) este é daquelas que se vê e se esquece.

Rodado em Paris, o que sempre é um prazer visual, traz o sempre convincente Michael Caine como um viúvo que por acaso conhece uma professora de dança que o impressiona e lhe traz um pouco de alegria. Na verdade estaria mais para Quarteto ou Marigold do que o Amor, mas o ritmo poderia ser mais eloquente ate usando a trilha musical de Schubert, adaptada por Hans Zimmer. Talvez o problema seja sua própria origem alemã que não tem prática ainda em conquistar mercado estrangeiro e realizar filmes em inglês (o anterior Helen, 09,  com Ashley Judd nem passou aqui até onde eu sei ).

Na adaptação a diretora mudou o protagonista que era um francês para um expatriado americano, ex-professor de filosofia que se mudou para lá com a falecida esposa (Jane Alexander em pequena ponta), morta já há 3 anos.  Chega a fazer tentativa de suicídio, mas se interessa pela moça (a francesa Poesy, de dois Harry Potters, Na Mira do Chefe, 127 Horas)  e logo esta dançando o cha cha cha. Mas em vez de desenvolver melhor um romance, o filme opta por outra tentativa o que obriga a presença dos dois filhos do protagonista, Justin Kirk e Gillian Anderson que chegam com suas dúvidas e questões, discutindo o que fazer com a casa de férias da mãe em Saint-Malo. Gillian ao menos tem certa energia (assim como felizmente Poesy) enquanto Caine como já disseram poderia fazer um papel desses dormindo. E às vezes parece que faz isso mesmo. 

A situação piora ainda mais na segunda parte, ou Segundo ato, quando o filho decide ficar mais tempo em Paris, lavar a roupa suja com o pai e acaba se formando uma espécie de triângulo. Mas ai a maior parte da plateia já esta dormindo faz tempo...