Fez uma carreira bem razoável esta comédia endereçada ao público feminino (custou 40 milhões de dólares e nos EUA rendeu 83 mais 107 milhões de renda). Mas não espere muita originalidade. Não chega nem a ser direito uma comédia. É outra historia de vingança, com três vitimas de traição masculina que resolvem acertar as contas (alguns o acham muito semelhante ao já antigo Clube das Desquitadas). O roteiro escrito por uma novata Melissa Stack que poderia ser divertido não tivesse cenas longas e arrastadas, prejudicada por elenco irregular (Don Johnson, parece desacostumado a representar fazendo o pai de Cameron, Leslie Mann caindo na total caricatura). O que ainda por cima é muito acentuado por sua trilha musical muito fraca (onde até brilha o tema de Missão Impossível).
Cameron Diaz é Carly, de Nova York que leva a sério sua carreira e que descobre que seu namorado de dois meses Mark (Coster) na verdade é casado (ela é recebida pela esposa Kate, Leslie Mann, uma chata desamparada e até simpática, que está sendo duplamente enganada. Só depois dos 40 e tantos minutos, que as duas ficam amigas e vão até os Hamptons onde descobrem que Mark tem outra vitima, Amber (a apresentação dela lembra tanto Pamela Anderson em SOS Malibu quanto Bo Derek em Mulher Nota Dez). O papel é de Kate Upton, a modelo da revista Sports Illustrated, edição da maiôs, que tinha antes feito apenas duas pontinhas no mal visto Três Patetas e Roubo nas Alturas.
E se a vingança começa devagar, fica pesada quando descobrem que além de tudo ele está roubando dinheiro e depositando no estrangeiro. Isso as leva as Bahamas e assim por diante. Já deu para desconfiar que não estamos diante de nenhuma obra prima. O diretor é Nick Cassavetes, que desistiu de imitar o pai brilhante John Cassavetes (que simplesmente criou o cinema independente norte-americano), muito menos tem o talento da mãe, a grande Gena Rowlands. É apenas uma tarefa de encher o bolso para sustentar a família (uma das filhas faz ponta como secretaria legal). Difícil entender porque foi tão bem de bilheteria sendo tão medíocre e sem graça. Não tem graça nem quando o herói fica com dor de barriga, cria seio ou cai cabelo.
Cameron Diaz anda cada vez mais esquisita nos filmes recentes, culpa do botox que a esta deixando envelhecida (já chegou aos 41 anos). O fato é que comediante não pode usar esse tipo de drogas, fica bizarra e não convence. Leslie Mann consegue emplacar um filme sem a interferência direta do marido produtor Judd Appatow. Mas o script do trio poderia ser mais forte e o resultado seria menos trivial. O tal galã Nikolaj falha principalmente nos momentos em que ter que ser engraçado!