Crítica sobre o Blu-ray "Edição de Cinema 2D+3D" do filme "Hobbit, O: A Desolação de Smaug":

Jorge Saldanha
Hobbit, O: A Desolação de Smaug Por Jorge Saldanha
| Data: 03/05/2014

A exemplo do filme anterior, O HOBBIT – A DESOLAÇÃO DE SMAUG recebeu em Blu-ray uma autoração mundial única, com as mesmas características técnicas e opções de idioma – que incluem dublagem (Dolby Digital 5.1) e legendas em português tupiniquim. Dessa vez os menus principais são animados, e assim como o pop-up, estão em português. Quanto à embalagem, foi mantido o padrão de UMA JORNADA INESPERADA: a edição que avaliamos é, mais uma vez, o combo que reúne as versões 2D (um disco), 3D (dois discos), um BD exclusivo para extras e um código para baixar uma cópia digital 480p. Os BDs estão acondicionados em dois estojos Amaray HD duplos, envoltos em uma luva de cartolina com arte lenticular de Thorin que simula o efeito 3D.

Como seu predecessor, A DESOLAÇÃO DE AMAUG foi rodado com câmeras Red Epic usando o frame rate de 48fps, e novamente não houve problemas na conversão para os 24fps convencionais do Blu-ray. A imagem permanece altamente detalhada e nítida, com excelente contraste e estabilidade das cores, mas por alguma razão (não sei se em virtude do uso por vezes pesado de filtros na captação) ela me parece mais digitalizada, artificial e escura. Mesmo assim, temos uma poderosa apresentação visual 1080p que – e isso é raro – torna-se ainda mais interessante em terceira dimensão. Par a par com a transferência AVC-2D, a MVC-3D não apresenta perdas de detalhamento ou brilho, e agrega um nível de profundidade e dimensionalidade típicos das melhores produções no formato. Nos momentos mais agressivos, espadas e flechas avançam em direção ao espectador, mas é na imersão visual criada em ambientes como nas montanhosas e vastas paisagens da Terra Média, a Floresta Negra e os salões subterrâneos de Erebor onde se esconde Smaug, que reside o grande triunfo da experiência tridimensional. E tudo sem indícios de aliasing e ghosting, problemas normalmente associados ao 3D doméstico.

Quanto à parte sonora, o áudio original em inglês mais uma vez ganhou uma faixa lossless DTS-HD Master 7.1 de referência. O alcance dinâmico é extenso, amplo, reproduzindo os menores sons com uma fidelidade cristalina. Nos momentos calmos sons discretos e envolventes criam uma ambientação que casa perfeitamente com a imersão 3D, e nas sequências de ação os efeitos surround tornam-se agressivos e ganham um acompanhamento à altura dos graves massivos que ribombam através do subwoofer. Mesmo em tais sequências, os diálogos permanecem claros e distintos no canal central. A trilha sonora de Howard Shore, na qual notamos até pequenas nuances da orquestração, é sempre envolvente.