Crítica sobre o filme "Bem-Armadas, As":

Rubens Ewald Filho
Bem-Armadas, As Por Rubens Ewald Filho
| Data: 20/09/2013

É incrível como ainda resiste nas distribuidoras a mania antiga de colocarem títulos engraçadinhos para identificar bem claramente que se trata de uma comédia, um habito que existe desde sempre e que floresceu delirantemente durante os anos de estrelato de Jerry Lewis e caiu no ridículo nos anos do vídeo. Isso sucede novamente com As Bem Armadas, que chega com atraso mas com o mérito de ser a comédia de maior bilheteria no verão deste ano nos Estados Unidos chegando a perto de 160 milhões de dólares de renda para um orçamento controlado de 43 milhões  (o diretor Paul Feig conseguiu um pouco antes e com a mesma atriz Operação Madrinha de Casamento que  foi outro sucesso, chegando a 169 milhões ). Já rendeu no exterior, que para comédia é sempre menos, cerca de 60 milhões de dólares.

De qualquer forma, o diferencial é porque  esta é uma comédia de e sobre mulheres, e geralmente o publico masculino tem certa resistência. Ainda que no caso seja um policial, com certa violência e grossura. Sandra continua em forma no papel central (como sempre pintando-a como desastrada e por ser tão competente é detestada pelos colegas que a desprezam). Mas outra vez quem faz a diferença é gordinha Melissa McCarthy, que foi ate indicada ao Oscar por Operação Madrinha de Casamento  mas que infelizmente  ate se repetindo ate a exaustão ficando cada vez menos engraçada e mais insuportável (em filmes como Se Beber Não Case IIIBem vindo aos 40). Uma pena porque fazia tempo que não surgia alguém como ela, desse tipo e com esses recursos cômicos (ela é gorda mas também simpática, bonitinha e tem brilhante timing de comédia. E hoje representa uma grande parte do publico americano que sofre de excesso de peso).
 
Na historia, Sandra, Sarah Ashburn é uma agente do FBI ambiciosa que é mandada para Boston para descobrir a identidade de um chefão do trafico de drogas. Mr. Larkin que tem eliminado a competição e assumindo suas operações. Ela pede a ajuda da policial local mas é muito mau recebida ciumenta, cuida de seu território, briguenta e nada sociável. Naturalmente não se dão bem mesmo sendo obrigadas a trabalhar junto.  

Ou seja, nada de novo na situação da dupla de policiais (cop buddy) que não se dão bem e brigam mas como são mulheres e exageradas, o humor é mais escancarado,pastelão já perto da chanchada mesmo.Só que são agentes federais (parece que não tinha um filme sobre elas desde Deu a Louca nas Federais/Feds, de 88, um fracasso com Rebecca DeMornay). O diretor Feig a maior parte do tempo não se preocupa em enfeitar a narrativa, simplesmente filma a situação e deixa as atrizes fazerem o trabalho. O que elas conseguem. Claro que a narrativa é irregular, excessivamente falada e gritada, não precisava de certas cenas de violência mas a dupla é simpática e tem química. Por causa delas, dá para perdoar as imperfeições.

PS- A roteirista Katie veio da serie de teve Mad TV e Parks and Recreation. O cara que Melissa beija o bar é o marido dela na vida real.