Esta foi de certa forma a resposta que Hollywood deu ao La Dolce Vita de Fellini feito dois anos antes (há duas sequencias influenciadas por Fellini, uma passeada pela avenida Via Veneto e a festa onde Leslie Uggams canta, com figurantes com cara de depressão!). Não é na verdade uma continuação do clássico e excelente Assim Estava Escrito (The Bad and the Beautiful, 52) que foi feito pelo mesmo produtor (John Houseman), diretor (Minnelli 1903-86, pai de Liza), ator (Kirk, ainda vivo). E até mostram aqui algumas sequencias daquele filme (estão numa cabine admirando-o). Mas procuram retratar outro momento na Historia de Hollywood, nos anos 60, quando atores e diretores em decadência foram para Roma trabalhar no cinema italiano (um período chamado de Hollywood no Tibre, ou seja, o rio que corta a cidade de Roma). Embora tivesse sido defendido por críticos franceses (como Godard), o filme não é dos melhores do diretor. Minnelli tem uma grande qualidade, é impecável em construir enquadramentos e compor imagens, em particular com o uso do colorido e sempre que possível movimentos de câmera. Por outro lado, não dirigia atores (dizem que por timidez) e o resultado é altamente irregular. Algumas caem na chanchada (a bela italiana Rossana Schiaffino tem o papel mais ingrato, como a atriz italiana que vira caricatura). Outros no exagero (a premiada com o Oscar Claire Trevor esta super representando como a mulher do diretor), e mesmo a ainda belíssima Cyd Charisse, que nunca foi grande atriz e se compromete aqui. Tem apenas três ou quatro cenas, mas se perde inteiramente numa crise histérica quando Kirk dirige o carro bêbado (emulando algo semelhante com Lana Turner no Assim Estava Escrito). De qualquer forma, Hollywood adora falar mal de si própria (a crueldade do diretor, a vingança do agente, o ator sendo vitima da perseguição do diretor, as dificuldades da dublagem). E Kirk, com sua inegável energia consegue sobreviver as dificuldades.