As opiniões se dividem a respeito deste super- espetáculo histórico dirigido pelo grande Howard Hawks (1896-1977), na verdade o único filme do gênero que fez durante sua longa carreira e também um de seus raros fracassos de bilheteria (a tal ponto que só voltou a filmar dali a quatro anos no faroeste Rio Bravo/Onde Começa o Inferno, 59). Foi muito criticado porque o roteiro diz que para construir as pirâmides no caso a mais famosa delas, teriam sido importados arquitetos hebreus (escravos), o que nunca se soube ser verdade! Para se ter idéia, o filme chegou a sair nos EUA pela própria produtora Warner num boxe de filme “camps” (ou seja, que caem no ridículo involuntário, culpa principalmente de Joan Collins, que exagera na vilania de sua princesa). O próprio Hawks admitiu um erro (o roteiro tornou todos os personagens antipáticos, de forma que é impossível se torcer por algum deles) e o interessante do roteiro é que inventou grande parte das soluções (como aquela da areia usada para fechar a pirâmide). O filme traz com o crédito de roteirista o vencedor do premio Nobel William Faulkner (1897-1962), mas segundo o diretor sua contribuição foi muito pequena por causa de seu alcoolismo. O experiente Kurnitz escreveu a maior parte da historia e Bloom procurou lhe dar um pouco de ação. Rodado parcialmente no Egito, chega a ter em algumas cenas 10 mil figurantes. Preciso incluir este filme entre meus “guilty pleasures” (prazeres culposos), porque o assisti pela primeira vez quando criança e sempre fui fascinado com a historia, a estrela (Joan), as traições (o amante de Joan é Sidney, filho de Charles Chaplin) e a trilha musical retumbante de Dimitri Tiomkin. Reza a lenda que a futura famosa cantora Dalida foi dublê de Joan no filme.