Os elogios do Miguel Barbieri da “Vejinha SP”, em que confio, me levaram a correr ver esta nova animação, mal lançada sem muita preparação e concorrendo com outra, o Happy Feet 2 (que fracassou nos EUA). E gostei bastante deste filme natalino que chega a ser espetacular principalmente nos primeiros 10 minutos, mostrando uma maneira nova e moderna e tecnológica de entregar os brinquedos de Papai Noel, com a ajuda de um comando de elfos. E sabe fazer bom uso do 3D! Dirigido por uma mulher, coisa rara, Sarah Smith (que não tem outro longa, apenas séries de TV que não conheço como Thin Ice, Dead Man Weds), ou seja, foi um risco total.
Não sei se é possível se falar em sensibilidade feminina especial num projeto deste, mas a verdade é que o visual é interessante, de bom gosto e a tendência é creditar ao fato de ser uma produção de origem inglesa (e por isso mesmo dublada no original por bons atores locais com Imelda Staunton, James McAvoy, Rhys Ifans, a americana Laura Linney, Hugh Laurie, Jim Broadbent, a latina Eva Longoria etc.) produzida por Peter Bayham (autor do horrível Arthur versão recente, mas também de Bruno e Borat), e principalmente da Aardman Animations (dos filmes de Wallace e Gromit, Por água abaixo, A Fuga das Galinhas).
Acho que o estúdio deixa sua marca numa animação de primeira linha, numa linguagem fluente (ainda que a história seja um pouco alongada, podia ter dez minutos a menos) e numa historia bem bolada. O protagonista é o tímido e desastrado Arthur, que é filho do Atual Papai Noel, que esta já quase em idade de se aposentar e o candidato natural ao cargo é outro filho mais velho e super competente que renovou todo o sistema de entrega, mas ainda vive no Pólo Norte e é ajudado por fiéis elfos. As renas estão aposentadas, mas voltarão à ação quando eles se esquecem de entregar um presente na Cornuália, na Inglaterra, provocando uma crise que obriga Arthur a entrar em ação, a toda pressa, levando seu avô (ex-Papai Noel, agora centenário), sua rena de estimação e uma elfa especializada em embrulhar brinquedos. Naturalmente, no caminho serão confundidos com ufos provocando crise mundial, se perdem várias vezes (caem em Cuba, não reconhecerem Toronto, são atacados por leões africanos, confundem a menina e vão parar no México!). Tudo para provocar perseguições, suspense e correrias, que tornam o filme sempre atraente. E diferente dos outros filmes de Natal.
Parece que não vai muito bem também de bilheteria (não passou de 25 milhões de dólares). Mas a verdade é que é muito superior a média do gênero e merece ser conferido, não apenas por crianças.