Crítica sobre o filme "Tubarão":

Jorge Saldanha
Tubarão Por Jorge Saldanha
| Data: 05/11/2012

Baseado no best seller de Peter Benchley, TUBARÃO vem fascinando e aterrorizando as audiências de todo o mundo desde o seu lançamento em 1975, quando quebrou recordes de bilheteria e tornou-se o primeiro blockbuster de verão, gênero que STAR WARS, dois anos após, consagrou. Com cenas de grande tensão e suspense, o filme foi o primeiro grande sucesso de público e crítica do então jovem (27 anos) Steven Spielberg, e conquistou três Oscars: Melhor Som, Melhor Trilha Sonora e Melhor Edição.

 

O longa introduz vários elementos que acabariam se tornando marcas registradas nos muitos sucessos de Spielberg que se seguiram, e é claramente dividido em três atos. Em todos eles, o diretor consegue criar momentos de elevado suspense, e isso em parte graças a uma limitação técnica da produção: o tubarão animatrônico Bruce vivia estragando, e em muitas cenas onde ele deveria aparecer sua presença teve de ser apenas sugerida pela magistral trilha original de John Williams. Isso acabou gerando maior angústia e terror na plateia, tornando os sustos muito mais eficazes.

 

O emocionante terço final mostra Brody, Hooper e Quint a bordo do barco pesqueiro Orca, e o que deveria ser uma caçada transforma-se em um memorável jogo de gato e rato entre homem e fera. Especialmente aqui as interpretações do trio de atores principais tornam-se antológicas, e até mesmo o tubarão mecânico, apesar de tosco se comparado aos tubarões reais ou mesmo aos modernos animatrônicos, acaba se saindo bem nas cenas de ataque, nas quais algumas vezes são inseridas tomadas de um tubarão real.

 

O impacto de TUBARÃO, o filme, foi tão grande e duradouro que o livro no qual se baseou foi relegado a segundo plano. Foi graças principalmente às imagens, acompanhadas pelo clássico tema musical de Williams, que ninguém, nunca mais, olhou para as águas do mar sem imaginar que, de repente, nelas surgiria a sinistra nadadeira de um tubarão branco. Obviamente é difícil que exista alguém que ainda não tenha assistido ao filme no cinema, nas inúmeras reprises da TV ou em home-video, mas TUBARÃO é daqueles clássicos que podem – e devem – ser revistos ad infinitum. Ainda mais agora, em uma deslumbrante restauração em alta definição.