Nada mais oportuno nestes tempos de eleição, mesmo que segundo turno, do que se divertir um pouco assistindo esta implacável sátira aos hábitos eleitoreiros dos políticos (seja de qualquer país ou raça, eles todos se parecem demasiado), mesmo que acabe resvalando no pastelão, ou se preferirem, na mais pura chanchada.
Até hoje o comediante Will Ferrell ainda não conquistou o público brasileiro e a maior parte de seus trabalhos tem saído aqui em Home Vídeo ou nem isso. Assisti estes dias seu filme anterior muito particular chamado La Casa de Mi Padre, também de 2012, que é uma outra sátira desta vez aos filmes mexicanos onde o próprio Ferrell fala espanhol ao lado dos locais Gael Garcia Bernal e Diego Luna. De forma bem tosca brinca com os clichês dos filmes rancheiros (que a gente não tem chance de ver aqui) e para quem conhece pode ser divertido.
Ferrell fez muitos anos o Saturday Night Live e se deu bem imitando o presidente Bush, com quem se parece bastante. Mas sua especialidade é a cara de pau, ficar sem reação física nas situações mais absurdas ou ridículas. Coisa que repete aqui.
Não é um filme exatamente sobre política e só numa ceninha ao final aparece o Congresso. Mas sim sobre a campanha eleitoral na Carolina do Norte, onde um candidato a deputado de distrito (o sistema lá é diferente do nosso) exagera na sua falta de noção e acaba provocando o envolvimento de um sujeito que trabalha no centro turístico (o Zach, que tem feitos muito filmes e cujo estilo esquisito é um gosto adquirido, tem que se acostumar para gostar).
De qualquer forma, a rivalidade entre eles começa como farsa e acaba virando vale tudo, com piadas absurdas e quanto mais debochando da autoridade e da corrupção melhor. Depois de anos tentando, este pode se o filme que pode consagrar Ferrell no Brasil. Ao menos na sessão da imprensa ele foi muito bem-recebido. Este país de mensalão, tem tudo para se identificar com estes candidatos.