Palma de Ouro em Cannes, este não é um filme para qualquer público. Longo, lento, ele foi escrito conforme ia sendo rodado (inspirado nas Crônicas de Motéis), de Sam Shepard). É sobre um homem (Stanton) que recupera a memória, volta para encontrar o filho que ficou com os cunhados e, junto com ele, vai tentar achar a mãe do menino (Natassia que só aparece nos 45 minutos finais, mas tem a melhor interpretação de sua carreira, principalmente numa longa tomada de cena de oito minutos sem corte). O alemão Wenders mostra uma América desconhecida, descobrindo o "kitsch" e a poesia dos motéis, do fundo de quintal, das estradas (a fotografia é tão bonita que até parece quadro hiper-realista). Boa trilha de Ry Coder.