Crítica sobre o filme "Inimigo Meu":

Rubens Ewald Filho
Inimigo Meu Por Rubens Ewald Filho
| Data: 19/05/1993

Uma decepção este novo filme do talentoso diretor Petersen (de O Barco, Inferno no Mar e História sem Fim). A verdade é que este não é um projeto pessoal. Ele só assumiu a direção numa emergência depois de duas semanas de rodagem. Mas foi impossível salvar esta superprodução de 33 milhões de dólares. O problema já estava na história original de Barry Longyear, que é uma imitação de vários outros filmes, principalmente Inferno no Pacífico. A situação aqui é a mesma, só que transportada para o espaço no século XXI. Depois de uma perseguição, um piloto jovem e um Drac (os humanos estão em guerra contra os Dracs, pelo domínio do espaço), caem num planeta desconhecido e inexplorado. Primeiro, inimigos, eles são forçados a se ajudarem contra o inimigo comum (a chuva de meteoros), a aprenderem as respectivas línguas e costumes. Cheio de clichês, a diferença está na caracterização do alienígena, como uma espécie de lagarto escamoso (o que faz com que o negro Louis Gosset, que em melhores tempos ganhou o Oscar® de coadjuvante por A Força do Destino, fica o tempo todo recoberto por uma maquiagem complicadíssima que só deixar ver seus lábios). A curiosidade maior é que o Drac é hermafrodita e dá a luz a um bebê. O diretor faz o que pode em termos visuais (muitas pinturas de fundo), mas a fita vai se tornando inverossímil e a mensagem de boa vontade de paz Universal (e interestelar) fica difícil de engolir. O que as pessoas vão lembrar mesmo é o homem lagarto e seu bebezinho, dois bons resultados de maquiagem e efeitos.