Crítica sobre o filme "Firma, A":

Rubens Ewald Filho
Firma, A Por Rubens Ewald Filho
| Data: 01/04/1994

"A Firma" foi o segundo filme de maior bilheteria no recente verão americano, perdendo só para “Jurassic Park” e ultrapassando de muito a faixa dos cem milhões de dólares (está por volta dos 140 milhões). É também a primeira adaptação para o cinema do autor de best-sellers do momento, John Grisham (no momento se roda o “Dossiê Pelicano” com Julia Roberts, também dele e ainda O Cliente com Susan Sarandon e Tommy Lee Jones). Ele escreve fácil, tem boas idéias e é menos banal e simplista que rivais como Sidney Sheldon.

“A Firma” é uma boa história sobre um jovem e brilhante advogado (Tom Cruise, que foi também advogado no filme anterior “Questão de Honra”) que logo ao se formar é disputado por várias firmas de advocacia mas opta por uma que é boa demais para ser verdade,tem todas as mordomias, que o fazem se mudar para Memphis e começar uma boa carreira sob as ordens do mentor Gene Hackman (o nome dele não está nos anúncios porque ele preferiu assim, já que Cruise não deixava outro nome junto com o dele acima dos letreiros, coisas de estrelas). Leva junto a mulher (Jeanne Triplehorn, revelação de Instinto Selvagem) mas logo o sonho se desfaz quando ele é procurado por um agente do governo (Ed Harris) que lhe conta a verdade, a firma é apenas fachada para a Máfia e quem tenta sair dela acaba morto. Cruise tem a escolha de colaborar ou cair junto. A solução do livro é completamente diferente da do filme. É que o diretor Sidney Pollack não gostou da resolução preferindo uma outra, menos óbvia e talvez mais engenhosa. É evidente que não posso comentar nenhuma das duas, basta dizer que as duas são interessantes mas a do filme é mais inesperada e convincente. Mesmo que a trama envolvendo Holly Hunter (de “O Piano”, “Loira e Vulgar”) seja meio esquisita.

Embora longo, o filme não aborrece, nem cansa. Tem clima de thriller com perseguições, bandidos, suspense (quando desconfiam de Cruise mandam persegui-lo), chantagem (Cruise transa com mulher numa praia tropical) além de ensinar algumas malandragens sobre as ilhas Caimã (será que PC Farias não estaria por lá?). Não é nenhuma grande obra do cinema mas como diversão o filme é primeiro time. Cruise ganhou 12 milhões para fazer o papel mas valeu a pena para o estúdio, a fita o confirmou como o grande superstar e atração de bilheteria do momento.