Crítica sobre o filme "Sete Minutos":

Rosemar Schick
Sete Minutos Por Rosemar Schick
| Data: 18/11/2003

O texto escrito por Antonio Fagundes fala s/ um ator com 37 anos de carreira, cansado e irritado com os barulhos que a platéia faz durante o espetáculo: desde uma tosse, papel de bala, conversa, até celular tocando. O espetáculo começa com um cena de Macbeth de Shakespeare, que é interrompida por uma pessoa tossindo. O ator manda todos para casa, devolvendo o dinheiro de uma platéia (desatenta) de 1148 espectadores, e desabafa com outro ator. A administradora do teatro tenta interferir, mas ele não quer voltar atrás. Surge então uma evangélica indignada, representante dos que chegaram atrasados (o horário é respeitado rigidamente e quem chega atrasado 1 minuto não entra), um velho que representa uma excursão do interior, e um policial para amenizar a situação. O que está em questão é o amor e o respeito ao teatro.

Sete Minutos - o tempo aproximado de cada segmento da TV antes do intervalo comercial. O tempo em que as pessoas prendem a atenção. É um desabafo de Fagundes por todos esses anos de teatro, enfrentando um público que está acostumado à televisão e perdeu o hábito de pensar.

A direção de Bibi Ferreira faz esse espetáculo ser engraçado e agradável, mesmo com a tensão dessas discussões em cena. Ela com sua sabedoria e sua visão teatral de quem praticamente nasceu no teatro, deu o timing certo para as piadas. Trabalhou cada ator individualmente no palco, sem muito tempo nas leituras (teoria), seu método de trabalho. Fica claro o entrosamento do elenco com a direção e entre si.

Eu, como atriz, digo que nada como teatro no teatro, essa troca de energia com o público (que só existe no teatro), mas quem não mora nas grandes cidades ou não tem condições ou ainda, simplesmente gosta, é um presente. Todos atores estão ótimos!

E as entrevistas de Bibi com os atores nos faz sentir como se estivéssemos nos bastidores com eles. Como um bate-papo informal.