Crítica sobre o filme "Madame Satã":

Clarissa Kuschnir
Madame Satã Por Clarissa Kuschnir
| Data: 26/12/2003

Madame Satã foi um dos melhores filmes nacionais do ano de 2003 que vi. Forte, polêmico e muito bem dirigido , além do elenco de primeira escalado para viver os personagens.

Lázaro Ramos dá um show de interpretação na pele de João Francisco do Santos que ficou conhecido como Madame Satã, famoso personagem carioca. Na verdade o filme se passa nos anos 30, antes mesmo de João Francisco se tornar conhecido, mas é exatamente isso que é interessante, mostrar como vivia essa lendária figura que sofreu fortes preconceitos por ser negro, homossexual, viver entre as prostitutas e que por diversas vezes foi preso.

Na pele da prostituta que morou com o personagem, destaque para a interpretação da atriz nordestina Marcélia Cartaxo (A Hora da Estrela) que sempre admirei e que na minha opinião é uma das melhores atrizes brasileiras dessa nova geração.

A veterana atriz Renata Sorrah faz parte do elenco como uma cantora de cabaré, que maltrata João Francisco por ser seu camareiro.

As cenas de sexo entre os personagens de Lázaro e Felipe Marques marcam uma presença forte na tela, por isso não se impressione, pois o diretor conseguiu retratar bem esse submundo polêmico dos anos 30 que viveu Madame Satã.

A fita recebeu diversos prêmios internacionais e foi vencedor da 26 Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.