O filme foi indicado para concorrer ao Oscar de melhor estrangeiro, o que não se deu. Talvez tenha se criado uma expectativa, do tipo, um "novo Central do Brasil", mas não há comparações. Afora o cenário da seca nordestina, não há outras semelhanças. Além da bela fotografia e da excelente trilha sonora do baiano Gilberto Gil, parece que falta algo - penso que faltam "surpresas" no filme. Como já referi da fotografia, tratando-se de Brasil, e da música, tratando-se de Gilberto Gil, não havia como decepcionar.

A história surgiu de uma matéria no Fantástico, mais especificamente, de um quadro com a própria Regina Casé, ou seria de um extinto programa comandado por ela na Globo? A verdade é que a história contada no filme é muito boa, mas às vezes, perdi o foco do que se passava pela superficialidade das personagens e a edição de algumas cenas que contiveram o desenrolar da trama.

O filme foi vendido como "comédia´", mas risos soltos dão para contar nos dedos. Fiquei mais apreensivo do que alegre pela situação das personagens. A entrada do terceiro marido na história custou muito, e foi pouco para desenvolver aquela situação de "três maridos".

Com certeza, GÊMEAS, do mesmo diretor, foi bem melhor, pois alcançou o seu objetivo como filme de suspense. Inclusive, com esses dois longa-metragens, dá para perceber, nitidamente, a grife "Andrucha Waddington", seja pela movimentação vertical da câmera, da proximidade e distância do foco, bem como pelas imagens em segundo plano. Não há como negar que o filme é bom, mas longe de quaisquer comparações com outras produções ambientadas no sertão e seus costumes. Prefiro as comédias sertanejas de Renato Aragão de antigamente, que emocionavam e divertiam também.