Crítica sobre o filme "Dona da História, A":

Elenise Peruzzo dos Santos
Dona da História, A Por Elenise Peruzzo dos Santos
| Data: 02/05/2005

Aqui, o passado se encontra com o futuro – e não estamos falando da novela “O Clone”. Estamos tratando de uma produção nacional muito bem feita, onde as matizes dos anos 60 são revividas pela personagem Carolina (Marieta Severo) no corpo da jovem atriz Débora Falabella.

Na linha deste filme, o cinema nacional já criou muito (vide Bossa Nova, Sexo Amor e Traição, Avassaladoras): o Rio de Janeiro como cenário, a boa e velha cena romântica do aeroporto, os diálogos no estilo “toma-lá-dá-cá” que lembram os textos de Luis Fernando Veríssimo. Entretanto, A Dona da História tem algo de diferente, seja pelo enredo mais envolvente – porque ficamos ansiosos com o desfecho da trama – seja pela qualidade dos protagonistas. O jovem Luis Cláudio, namorado de Carolina, é muito bem interpretado por Rodrigo Santoro, e nem parece o mesmo rico personagem quando aparece na pele de Antônio Fagundes, já como marido.

A trilha sonora também corresponde às expectativas. Há uma interpretação de “Guantanamera” feita pelo próprio Rodrigo Santoro, e Sandy empresta sua doce voz para a música “Chovendo na Roseira”, que aparece tanto no menu principal, quanto nos créditos finais.

Embora seja um filmezinho leve e gostoso para aquele sábado à noite sem programação especial, ao contrário das outras “obras cinematográficas” acima citadas, tem uma nota de melancolia, por questionar as decisões que tomamos no calor da emoção e por imaginar a influência que elas teriam num futuro de 30 anos – não tão distante, diga-se de passagem.