Uma das grandes produções realizadas no Rio Grande do Sul, ANAHY é um baita filme. Inicialmente lançado nos cinemas em 1997, conta uma história atual e universal: a união familiar, custe o que custar. A saga da família MISIONES entre os campos de batalha na época farroupilha é vista pela crueldade de um período em que as mulheres valiam menos que o próprio cavalo do gaúcho. O retrato da cultura sulista é bem realista, seja pelos costumes, seja pelo vocabulário, no qual confesso que perdi muita coisa, apesar de ser gaúcho. Naquele tempo, os gaúchos falavam portunhol, principalmente os fronteiriços. Será que não precisaria de legendas em português para o resto do país assisti-lo? Não esqueçamos que o nosso país é continental pelo seu tamanho e diversidade cultural.
Em poucas linhas, o filme é lindo e tem uma narrativa poético-rural, com muitas comparações regionais, do tipo "mais perdido que cego em tiroteio"... Há também algumas cenas engraçadas, como aquela do filho mais novo, que era virgem, e a matriarca, que pede para ele sair correndo e aliviar, vamos dizer, suas angústias...