Crítica sobre o filme "Urso, O":

Marcelo Hugo da Rocha
Urso, O Por Marcelo Hugo da Rocha
| Data: 16/02/2005

É impossível não se emocionar com a aventura do filhote de urso que perde sua mãe logo no início do filme – inevitável segurar as lágrimas – e precisa aprender a sobreviver sozinho entre caçadores humanos e predadores naturais. Para sua sorte ou azar, é que ursos adultos machos acabam sempre matando os filhotes, ele encontra um muito machucado após este ter fugido de uma dupla de caçadores. Porém, o ursinho acaba ajudando o mais velho e conquistando sua amizade. Partem juntos, então, para uma jornada de fuga destes caçadores, seus rifles e cachorros.

Indicado para cinco categorias, incluindo melhor filme, no mais importante prêmio francês de cinema, o César, de 1989, O Urso é uma produção rara que envolve nossos sentimentos mais simples possíveis. Ao contrário do que pode aparecer, não é um filme infantil muito menos piegas. O diretor Jean-Jacques Annaud, o mesmo de O Nome da Rosa e a Guerra do Fogo, teve a felicidade de ir além do que um simples documentário da vida selvagem. Os dois ursos protagonistas dão a impressão de estarem interpretando papéis escritos como qualquer outro. Para se ter uma idéia, o urso adulto, Bart, foi um dos animais recordistas em produções de Hollywood, contracenando com Brad Pitt, Steven Seagal, Anthony Hopkins, entre outros. Morreu de causas naturais aos 20 anos durante a filmagem de um documentário sobre ele.

O peculiar no filme, como é todo focado na dupla de ursos, pouco se tem diálogos, pois os sons da natureza não precisam de interprete. Simplesmente, imperdível!