Depois de TRAINSPOTTING, muitos outros filmes surgirão no seu turbilhão de sucesso de público e crítica. Aquelas famosas frases que encontramos do tipo "estilo Trainspotting" ou "nada igual desde Trainspotting". E com razão utilizou-se esta referência porque foi um ´punch´ direto no estômago. E tem gente que se deu bem depois deste filme, a começar por Ewan Mc GREGOR (ganhou o prêmio de melhor ator da London Film Critics), que caiu nas graças dos diretores (desde George Lucas à Baz Luhrmann). Já o diretor Danny BOYLE, aclamado e tudo mais (melhor diretor no Seattle International Film Festival), fez o fraco A PRAIA (com Leonardo Di CAPRIO). O outro ator que tem feito uma carreira interessante é o Robert CARLYLE, em papéis difíceis na maioria das vezes.
TRAINSPOTTING marcou por sua agilidade, por sua atitude da menos hipócrita que estamos acostumados no cinema, imagens curiosas e distorcidas (visto algo parecido, recentemente, em REQUIEM PARA UM SONHO) e sua trilha sonora barulhenta (a trilha ganhou o Brit Awards). A "banda" UNDERWORLD ficou conhecida no mundo inteiro com a música "Born Slippy" (principalmente nas pistas de dança). Recordo-me da sessão de cinema, cujas náuseas incomodaram durante toda a projeção. O filme é forte sim, veja a cena do bebê ao meio das cenas de drogas, sem contar quando o encontram morto (por falta de alimentos)... Picadas ali, picada aqui, nem tudo é drama pesadão, há cenas bem engraçadas, normalmente quando os protagonistas estavam bem. Também não dá para esquecer da desintoxicação do personagem de Mc GREGOR. Cenas marcantes, sem dúvida alguma.
Do rol de prêmios que levou, TRAINSPOTTING pode ser considerado um filme vencedor, apesar de apenas uma indicação ao OSCAR (roteiro). Sua carreira comercial também é considerável, ao levantar 5 vezes mais o seu custo (3.5 milhões dólares) só nos Estados Unidos e arrecadar mais de 12 milhões de libras (cerca de 18 milhões dólares) na Inglaterra. E até virou peça de teatro por uma trupe de atores brasileiros! Mais uma curiosidade: nos 20 primeiros minutos, na edição americana, foi dublada porque não era legível ao ouvidos do pessoal do Tio Sam. De qualquer forma, fica o registro.