Definitivamente um filme de Cronenberg não é para qualquer um. O diretor que já dirigiu obras como “A Mosca” e “Gêmeos, mórbida semelhança”, tem predileção por climas pesados e personagens estranhos. Assim é Spider. É difícil encontrar palavras para descrever a atuação de Ralph Fiennes no papel título. Ele dá um show de interpretação, embora praticamente não fale uma frase completa durante o filme inteiro. Ele vive no seu mundo, introspectivo, cercado por suas lembranças, balbuciando coisas ininteligíveis. Cronenberg ao mesmo tempo parece apossar-se da mesma esquizofrenia ao dissecar o personagem. O ritmo do filme é lento e perturbador, e somente quando o personagem de Spider revive suas lembranças o espectador pode ter uma visão mais realista do que se passou na sua infância. Misturando seu passado e tentando compreender sua vida, o personagem perde-se nos labirintos de sua mente. Além da brilhante atuação de Fiennes, deve-se destacar também a bela seqüência de abertura do filme.