Crítica sobre o filme "Shogun":

Edinho Pasquale
Shogun Por Edinho Pasquale
| Data: 18/05/2004

Minissérie com 9 horas de duração, realizada no início dos anos 80, baseada no livro homônimo de James Clavell. Esta pequena introdução já nos leva a algumas conclusões. Sempre que um filme é adaptado de um livro, há sempre os que adoram e os que odeiam. Neste caso, o saldo é mais positivo que negativo. Se o filme não é extremamente fiel ao livro, pelo menos não decepciona. Apresenta bem a saga vivida pelo navegador inglês que acaba sendo obrigado a ficar no Japão devido ao naufrágio de seu barco. Interpretado por Richard Chamberlain, um bom ator, que ficou marcado exatamente por suas aparições em filmes e séries de TV (Dr. Kildare, Pássaros Feridos) e como o personagem Allan Quatermain, no embalo de Indiana Jones (o primeiro filme, As Minas do Rei Salomão, praticamente revelou Sharon Stone). Chamberlain acaba dando veracidade ao personagem, principalmente por contar no elenco com Toshiro Mifune, um dos maiores atores japoneses de todos os tempos.

A história retrata bem a cultura japonesa do século 17 (o filme se passa em torno de 1600), tem todos os ingredientes para gostarmos, ação, drama, romance... Bem produzida para uma produção de TV, principalmente em 1980, foi totalmente realizada no Japão. Claro que, tanto por ser um filme para a TV, como pela época em que foi feito, há vários problemas técnicos, perceptíveis hoje, já que a evolução das produções para a TV foi enorme. Há até erros banais, como sombra de helicóptero no mar e efeitos especiais que hoje deixam à desejar. Mas devemos relevar tudo isso, pois este não deixou de ser um marco do cinema para a TV.

Alguns anos depois foi reduzido a um telefilme com cerca de 2 horas, claro que com um resultado bem aquém do desejado (retiraram inclusive a narração de Orson Welles e a trocaram por Anne Bacroft). Um senão fica pela trilha de Maurice Jarre, um pouco fora do tema, meio “sombria”.

Se você quer assistir a uma minissérie que foi um marco da TV, que conta de forma bem eficiente uma história recheada de ação, aventura, drama e que conta, com um toque de requinte, a cultura japonesa feudal, assista. Quem não assistiu na época que passou na TV, deve assistir. Pra quem já assistiu, então, é imperdível.

Ah! Para quem não leu o livro e nem assistiu ao filme, veja primeiro o filme e depois o complemente com a leitura...