Crítica sobre o filme "Shiri - Missão Terrorista":

Marcelo Hugo da Rocha
Shiri - Missão Terrorista Por Marcelo Hugo da Rocha
| Data: 25/06/2003

O cinema sul coreano é bastante desconhecido por nós, principalmente, lembrar de algum título em especial. Enquanto isto, Japão e China, tem presença marcante nos cinemas mundiais, inclusive imprimindo novas formas na concepção hollywoodiana. SHIRI foi o único filme a bater nas bilheterias coreanas Titanic, com mais de 5 milhões de espectadores. E por diversos motivos é fácil entender como levou tanta gente aos cinemas: uma produção caprichadíssima e um roteiro que prende a atenção com suas reviravoltas.

É claro que SHIRI bebe diretamente da melhor fonte norte-americana de como fazer um filme de ação, inclusive, importando de Hollywood as armas de ‘mentirinha’. Impressiona também pela violência exagerada e realismo dos tiroteios. De certa forma, tão cru como em Fogo contra Fogo. O diretor sul coreano abusa, como John Woo, da câmera lenta nas cenas de fogo cruzado, mas param ai as similitudes. Não há super-homens, inovações com a lei da gravidade entre outras firulas que consagraram o diretor chinês. Nem perseguição de carros tem!

O grande trunfo é a tensão provocada pela busca incansável e desesperadora dos agentes sul coreanos pelas bombas CTX altamente evoluídas e de difícil rastreamento porque se aparecem com água e que foram roubadas por um grupo paramilitar da Coréia da Norte. Enquanto isto, estórias paralelas evoluem, como o encontro dos presidentes das Coréias numa partida de futebol com as seleções respectivas na véspera da Copa do Mundo de 2002, como também a procura da letal espiã Hee que já matou os colegas de serviço dos agentes Ryu e Lee, e o desenvolvimento de suas vidas privadas (o foco do lado humano, vamos dizer assim).

Com certeza irá surpreender a todos, principalmente, aqueles que descobrirão que tudo não passa de uma estória de amor e suas opções. Como a distribuição aos cinemas foi restrita à Ásia, este filme virou “cult” nos EUA e Inglaterra no formato DVD. Só mais uma curiosidade: o título original é SWIRI, mas o internacional é SHIRI.