Crítica sobre o filme "Scooby-Doo 2 - Monstros à Solta":

Rubens Ewald Filho
Scooby-Doo 2 - Monstros à Solta Por Rubens Ewald Filho
| Data: 04/01/2005

É o tipo do filme que tanto faz elogiar ou falar mal. Porque seu público-alvo, as crianças, não vão ler crítica mesmo. Mas é bom os pais ficarem sabendo que este Scooby Doo 2 é menos ruim do que o primeiro. E tem até algumas piadinhas que eles vão curtir. Se rendeu menos do que o esperado nos Estados Unidos, é justamente pela decepção que foi o primeiro.

Mas realizado pela mesma equipe (diretor Raja Gosnell) e elenco, o filme vai direto ao assunto, tem melhor caracterizações e realmente parece um longo episódio da série de tevê. O único mistério é o da dublagem nacional, feita pelos mesmos que dublam o desenho. Mas por que o dublador que faz o Salsicha, sem mais nem menos, começa a falar com sotaque nordestino? E como explicar isso?

Fora esse equívoco, Scooby Doo chega até a ser fácil de assistir. Desta vez entra direto no assunto. Os heróis estão sendo homenageados com uma retrospectiva num museu quando são atacados por estranhos monstros. Scooby e Salsicha (Matthew Lillard) ficam envergonhados de serem tidos como trapalhões e covardes e tentam investigar sozinhos (o que permite que Scooby, de peruca afro, lidere um número de dança). Velma (Linda Cardellini) se apaixona pelo jovem diretor do museu (Seth Green, que roubou Party Monster de Macaulay Culkin) e procura ser sensual (sem sucesso). Fred (Freddie Prinze Jr.) e Daphne (Sarah Michel Gellar) se contentam em serem corajosos e heróicos (o casal é casado na vida real, mas isso não faz a menor diferença). No elenco também tem destaque, como uma repórter de tevê, Alicia Silverstone (reparem como ela tem boca de peixe de aquário!).

Não faltam as piadinhas com gases soltados por Scooby, mas a maior parte do filme é com correrias e lutas contra os monstros digitais (no que faz lembrar bastante Os Caça-Fantasmas). Mas há algumas sacadas para adultos (como o piada com My Fair Lady, encenada na prisão). Parece que os realizadores leram as críticas e procuraram corrigir algumas das falhas.

O resultado é uma raridade: uma continuação melhor do que o original.