Quem nunca dançou sob o ritmo de Nowhere Fast ou escutou I Can Dream About You nestes últimos vinte anos é porque não viveu este tempo. Clássico dos anos 80, graças às boas mãos de Walter Hill (48 Horas) e da excelente trilha sonora assinada por Ry Cooder, Ruas de Fogo relembra o melhor das sessões matiné: uma história simples, com um mocinho durão, um bandido a que todos têm medo e a gatinha desprotegida. As jaquetas de couro, muito neon e rock’n’roll completam a história. E precisa mais?
Michael Pare, projetado para ser o mais novo galã de Hollywood, no papel do mocinho (Tom Cody), nunca mais conseguiu outro personagem importante numa produção digna. Diane Lane, como a cantora raptada (Ellen Aim), papel que lhe rendeu justa indicação para pior atriz no troféu framboesa da época, hoje com 40 anos faz comédias românticas. Willem Dafoe, o líder da gangue de motoqueiros, tem até uma carreira razoável além de Platoon. Ou seja, o elenco serve como parte bem secundária da história (e isto não atrapalha) nem os fracos diálogos prejudicam.
Rock’n’Roll não precisa de muito contéudo. O que importa é a atitude, visual, e é claro, barulho, e Ruas de Fogo é simplesmente isto.