STALLONE era um cara totalmente desconhecido quando realizou ROCKY. Tinha feito pontas em algumas produções muito pequenas, inclusive um filme pornô, "O Garanhão Italiano" (The Party at Kitty and Stud´s). Sua maior participação tinha sido em "Os Lordes de Flatbush" (1974). Morava, segundo ele, num cubículo 2x3, e passava o dia escrevendo, procurando alguma coisa que ainda não sabia. Inclusive teve que vender seu cachorro para conseguir se sustentar na Califórnia (vide o depoimento nos extras). Até que ele foi assistir a uma luta de Muhammed Ali e teve o "estalo" para escrever sobre ROCKY. Mas foi sua persistência de interpretá-lo que levou ao caminho do estrelato (e queda) em Hollywood. E aqui estamos, depois de 25 anos, analisando o seu primeiro passo da carreira deste ator descendente de italianos, de tantos altos e baixos (bem mais baixos), mas que teve o talento suficiente de realizar ROCKY. Realmente, dos filmes de boxe, este é um dos melhores, levando em conta TOURO INDOMÁVEL e O CAMPEÃO, por exemplo.

A história de um cara que não tinha quase nada (ou algum futuro) e teve uma oportunidade para vencer na vida, inclusive no amor (porque ROCKY é uma história de amor), e aproveitou, confunde-se com a própria vida de STALLONE. O filme é o melhor do ator (também RAMBO - PROGRAMADO PARA MATAR é ótimo) em que acabamos nos identificando pelas dificuldades que encontramos ou oportunidades que deixamos passar... É uma bela história, simples, como a vida, que tem seus momentos, apesar das limitações de ator iniciante, acaba nos contagiando. Este filme ganhou o Oscar (1976) de melhor filme, diretor e edição, além das indicações para melhor ator e roteiro (STALLONE) entre outros (9 no total).

Custou menos de 1 milhão de dólares e arrecadou 100 vezes mais! Claro que uma continuação ficou, desde já, engatilhada (depois foram mais 4 filmes da série), o que era suficiente. O mais engraçado é que os demais atores nunca se firmaram. TALIA SHIRE, a esposa de ROCKY e irmã na vida real de Francis Ford Coppola fez inclusive um filme brasileiro, "Caminho dos Sonhos". CARL WEATHERS, o "apollo", foi visto ultimamente em "Little Nicky" num papel totalmente ridículo. E o diretor JOHN AVILDSEN teve a coragem de realizar a bomba de ROCKY 5, mas a habilidade de apostar em KARATE KID, quase uma releitura de Rocky Balboa. Sinceramente, ROCKY é um clássico!