Crítica sobre o filme "Outros, Os":

Carlos Cauás
Outros, Os Por Carlos Cauás
| Data: 05/03/2002

O clima em ´Os Outros´ é escuro, sombrio e assustador. Quando digo assustador, não é pelo fato de você pular da cadeira com sustos, e sim justamente porque você não consegue desgrudar dela, sempre prestando atenção a cada cena e tentando desvendar os segredos da trama.

Grace (Nikole Kidman) vive com seus dois filhos numa mansão afastada de tudo e de todos. Seus dois filhos têm uma doença que os impedem de se aproximarem de alguma fonte de luz forte, então, nada de luz na casa, apenas candeeiros. Grance também vive à espera do marido, que foi para guerra e não retornou (a trama se passa durante o fim da Segunda Guerra Mundial).

Sustos irão acontecer, o medo está impregnado no contexto. Portanto, você não se lembrará do filme sem sentir um arrepio na espinha.

Além da escuridão total na casa, Grace faz questão de trancar qualquer porta antes de abrir outra. Com a chegada de três novos criados, a filha dela começa a alegar estar vendo uma outra família na mansão. Então temos seis pessoas numa mansão durante grande parte do filme e muitos, mais muitos barulhos e passos assustadores em vários aposentos. Rejeitando a conversa da filha, Grance a reprime, a coloca de castigo, até ver e sentir com seus próprios olhos o verdadeiro sentido da palavra medo.

Ótima atuação da Nicole Kidman, fazendo uma mulher de personalidade forte e às vezes uma personalidade na qual podemos sentir antipartia por ela, devido ao rigor com os filhos. O desfecho final não perde o impacto e é bem explicado. Diferentes dos filmes de ´casa mal-assombrada´, ´Os Outros´ tem um forte aliado além dos sons, pois são nos momentos de silêncio em que o medo vem à tona.

Algumas vezes sentimos lentidão no decorrer da história, mais é necessária para a apresentação dos personagens, então, é bom ter paciência em algumas partes, pois, mais tarde, a tensão irá crescer.