Crítica sobre o filme "Marty":

Elenise Peruzzo dos Santos
Marty Por Elenise Peruzzo dos Santos
| Data: 23/08/2004

Com “Marty”, temos o maior exemplo de como o século passado foi totalmente diferente no que diz respeito às relações interpessoais. Hoje é raro ver os familiares e amigos insistindo para que um homem case, com medo do que diriam os vizinhos. Pois é justamente o enredo deste clássico, com uma história curta, mas cheia de emoção, daquelas que não vemos mais nos filmes de hoje.

Marty Piletti (Ernest Borgnine) se considera feio e sem muito desprendimento com o sexo oposto, até que conhece Clara (Betsy Blair), que demonstra ter dificuldades idênticas. Neste caso, não vale a regra de que “os opostos que se atraem”, mas a de que “as espécies se procuram”. Passado o primeiro encontro, surgem as dispensáveis opiniões de terceiros, só para atormentar o pobre protagonista.

Em verdade, quando pensei que o filme estivesse começando, ele terminou. É que a sinopse acima, presente na caixa do DVD, conta exatamente o filme, do início ao fim. Isso não impede que seja apreciado pelos admiradores de clássicos, acostumados com a simplicidade e a inocência, qualidades que não poderiam faltar em um filme rodado nos idos de 1950. Ainda mais que, em seu tempo, venceu quatro das oito categorias do Oscar® a que foi indicado (filme, ator, diretor, ator coadjuvante, atriz coadjuvante, roteiro, fotografia em preto e branco, direção de arte em preto e branco/decoração de cenário) o que é difícil de imaginar, já que nossos olhos não conseguem ver outra coisa nas telonas além de efeitos especiais.
Um fato curioso é que “Marty” foi o primeiro filme americano a ser apresentado na União Soviética desde a 2ª Guerra Mundial, exibido em Moscou, durante um intercâmbio cultural, em 1959.

Se o Cine Conhecimento da TV Futura ainda não rodou este filme, aqui fica a sugestão.