Crítica sobre o filme "Mar Aberto":

Rubens Ewald Filho
Mar Aberto Por Rubens Ewald Filho
| Data: 30/08/2005

Falou-se muito neste filme independente que fez sucesso em Sundance e teve uma bilheteria decente nos EUA. Como em A Bruxa de Blair, o fato de ter sido rodado em Digital, lhe dá um toque de Reality Show, que neste caso até ajuda, dá mais veracidade e aumenta a tensão. Também porque conta um fato real, rodado com um casal de atores amadores, em locações (foi no mar aberto mesmo e não num tanque). Ou seja, quando eles, os atores, são atacados por tubarões, os bichos são de verdade. Para valer. Claro que tem também defeitos: os diálogos são pueris, há poucos conflitos já que os personagens são banais, apenas são namorados, não fica bem claro, que estão passando férias num lugar das Bahamas (também não entendemos bem onde). O drama porém é forte. Os namorados (que tem por volta de trinta anos) saem certo dia para mergulhar em mar aberto junto com uma excursão. Mas por culpa de um empregado que contou errado, o barco vai embora, esquecendo deles.

E os dois ficam no mar, sendo levados pela correnteza e como isca para tubarão. Se fosse Hollywood, teriam pensando em algum conflito mais acentuado, para aumentar o suspense, talvez criar algumas situações paralelas. O fato é que por causa do Digital (com seus defeitos: imagem granulada, ocasional fora de foco), fica emocionante e até leva-se uns sustos. E o mais estranho de tudo, é o que o filme não tem um final convencional. Essa deve ser a diferença entre ser independente ou de Hollywood. Quem dirigiu foi um tal Chris Kentis, que tinha feito antes Correndo contra a Vida (Grind - 97) com Billy Crudup e Amanda Peet e agora partiu para algo mais radical. Que vale conferir.