Estão todos os ingredientes ali: três atrizes competentes (Meg Ryan, Diane Keaton e Lisa Kudrow), ciceroneadas pelo excelente Walter Matthau, e aquela tradicional história de encontros e desencontros entre pais e filhos... Mas em se tratando de Linhas Cruzadas, fica a sensação de estar faltando algo.
O enfoque não deixa de ser interessante: com a doença do pai, Eve (Meg Ryan) torna-se cada vez mais pressionada com as responsabilidades da família, ao mesmo tempo em que suas irmãs teimam em não ajudá-la. Mas afora isso, Linhas Cruzadas não é capaz de empolgar, mais parecendo uma sucessão de antigos clichês. Ocorre que - talvez por medo de cair no piegas - as emoções acabam ficando num plano superficial. Perde o espectador, que acaba afastando-se da narrativa ao invés de envolver-se com ela.
Há, inclusive, personagens que surgem e desaparecem da trama com a mesma competência de um bom mágico, tornando incompreensível saber a que vieram. De emoção resta apenas acompanhar o recém falecido Walter Matthau em seu último trabalho no cinema.