Crítica sobre o filme "Homem Que Não Estava Lá. O":

Marco Esteves
Homem Que Não Estava Lá. O Por Marco Esteves
| Data: 12/11/2003

Os irmãos Coen são responsáveis por boa parte do cinema inteligente produzido nos Estados Unidos a partir da segunda metade da década de 80. Ambos escrevem os roteiros – sempre diferenciados – e Ethan cuida da produção, enquanto Joel dirige os filmes. No caso deste “O Homem que não estava lá”, eles têm a ótima companhia do excelente diretor de fotografia Roger Deakins. Essa parceria dá consistência ao filme, que tem uma excepcional fotografia em preto e branco. Num dos melhores papéis de sua carreira, B.B Thornton fala o mínimo possível e fuma compulsivamente. Seu olhar e sua figura estática, porém, são suficientes para preencher a tela e fazer com que o espectador entenda a trama. A narrativa é feita pelo seu personagem, por isso mesmo, às vezes o filme se torna um pouco lento. Não tem problema, pois os irmãos Coen sabem onde querem chegar e cercam-se de grandes atores para isso. É certo que seus filmes não são feitos para as grandes audiências, pois sempre contam com personagens bizarros e sutilezas nem sempre compreendidas. Mas a qualidade de seus trabalhos é inegável. Por este “O Homem que não estava lá”, Joel Coen ganhou o prêmio de melhor diretor do Festival de Cannes de 2001, e o filme ainda foi indicado ao Oscar de melhor fotografia.