Fui um dos poucos oportunistas que assistiu nos cinemas brasileiros este drama de guerra lá por 1988 ainda adolescente. É considerado por muita gente como um dos melhores “filmes de guerra do Vietnã”. Realmente, tenho que concordar, e posso afirmar que este subgênero foi o meu preferido durante a fase inicial do VHS, por coincidência, momento de exacerbação patriótica norte-americana sob o governo Reagan. Assisti tudo, desde as picaretagens de Chuck Norris até documentários excelentes, vide Cartas do Vietnã (1988), cuja produção trouxe artistas famosos – Robert DeNiro, Michael J. Fox, Willen Dafoe, entre outros – para ler cartas de soldados endereçadas a parentes e amigos.
É evidente que Hamburguer Hill segue uma narrativa próxima de Platoon, sem maquiagem muito menos desvios de heroísmo “a la Rambo”. Visto na atualidade dos efeitos especiais, as cenas de ação tem que ser ditas ‘toscas’, porém convencem pela proximidade da câmera junto às seqüências dramáticas e dolorosas de uma guerra. O diretor John Irvin não era nenhum iniciante, e junto ao elenco desconhecido, conseguiu desenvolver de forma sincera a reprodução do que teria sido a conquista da colina Hamburguer. Não sei até onde é verdade, mas pouco importa, como bem frisa os créditos finais, muitas outras colinas ou pontos estratégicos tinham um “nome” que se perderia pelos anos da história. A conquista do Monte Castelo não nos diz algo?
Há os excessos autorais de Apocalypse Now (1979), a visão de Stanley Kubrick em Full Metal Jacket (1987), e, recentemente, o “baseado em fatos reais”, Fomos Heróis (2001) com Mel Gibson, mas ainda Platoon (1986) é o filme referência desta incursão desastrada do exército dos EUA, que vem sendo citada à manutenção do poder do exército americano no Iraque nos dias de hoje. Hamburguer Hill precisa ser visto.