Crítica sobre o filme "Frida":

Clarissa Kuschnir
Frida Por Clarissa Kuschnir
| Data: 04/07/2003

Como mulher posso dizer que Frida foi uma figura que serve de modelo para vermos o quanto somos fortes. A fita retrata exatamente a vida de uma mulher que conseguiu revolucionar uma época (décadas de 20 e 30) em que a figura feminina era apenas a de uma dona de casa que tinha que ficar cuidando dos filhos e esperando o marido ao fim do dia. Frida era o contrário, logo depois que sofreu o acidente e ficou meses de cama para se recuperar, teve que arrumar um trabalho para ajudar seus pais, que haviam gasto muito dinheiro em seus inúmeros tratamentos e operações. Com isso a artista começou a retratar seu corpo, sua família pintando quadros (a maioria pesados por retratarem momentos negativos da vida de Frida), mas que anos mais tarde a tornaram uma artista reconhecida. Ao lado de Digo Rivera (que quando conheceu Frida já era um pintor conhecida), ela viveu longos 25 anos, mesmo sabendo que o marido não seria fiel, mas ela exigia pelo menos lealdade.

O papel caiu como uma luva para Salma Hayek que interpreta Frida, pois a atriz que é mexicana disse que sempre foi fã da pintora e que há oito anos estava tentando vender o projeto do filme. Para a direção do filme Salma convidou a diretora Julie Taymor que como mulher ajudou mais ainda para que o filme se realizasse de forma mais tocante e sentimentalista.

Frida é um filme que conseguiu mostrar a intensidade que a pintora tinha da vida e de seu trabalho, e claro que muita coisa pode ter sido diferente, (como já li em algumas revistas que a vida dá pintora foi retratada de forma muito artificial), mas como sabemos todo filme por mais verdadeiro que seja tem seu lado de ficção e, só pela interpretação dos atores, o belo figurino e a ótima música mexicana, já vale o filme. Inclusive Frida ganhou dois Oscar ®, de Melhor Trilha Sonora composta por Elliot Goldenthal e de Figurino. Destaque para a música Burn Ut Blue, interpretada por Caetano Veloso e Lila Dows.