Crítica sobre o filme "Fogo Contra Fogo":

Marcelo Hugo da Rocha
Fogo Contra Fogo Por Marcelo Hugo da Rocha
| Data: 24/02/2002

Tenho um carinho especial pelo filme porque assisti numa confortável sala de cinema do próprio grupo WARNER em Londres, fevereiro de 1996. Além disso, é um ótimo filme policial, diferente do padrão Hollywood de fazê-los, porque não se perde apenas na ação, considerando - e muito - o lado ´pessoal´ dos ditos mocinhos e bandidos. Explico: enquanto o chefe do Dept. de Homicídios (Al PACINO) sofre com o seu terceiro casamento, o público assiste à solidão do cabeça da gangue de assaltantes, representado por De NIRO. Das produções das quais estamos acostumados, no máximo temos contato com as peculiaridades do tira, seja FBI, CIA ou polícia local mesmo.

Em FOGO CONTRA FOGO não há distinção. O diretor faz questão de demonstrar que seus protagonistas são iguais, apenas distinguindo-os pela opção que tomaram ao confrontar ou defender a lei. E talvez isto tenha frustado maiores expectativas comerciais do filme que reunia pela segunda vez PACINO e De NIRO (a primeira foi em O PODEROSO CHEFÃO III) no mesmo título.

Pode ser que o filme seja muito longo como os últimos do diretor Michael MANN, O INFORMANTE (1999) e ALI (2001) - quase 3 horas - mas a ação e o suspense intercalados com as imagens ´poéticas´ e demoradas não chega a ser o empecilho e a razão do desastre nas bilheterias. Há cenas forçadas, como o tão esperado encontro dos dois astros, entre outras passagens rápidas e que comprometem a continuidade do roteiro. Mas não seria exagerado considerar este filme como um pequeno épico do gênero policial. Dificilmente, encontraremos em outro um elenco tão estrelar. A seqüência do roubo no Banco também será dificilmente superada. Realmente, imperdível!

Por fim, como se diz que a arte imita a realidade (ou vice-versa), em 2002, na serra gaúcha, ocorreu um roubo de um carro-forte muito parecido com o do filme: um caminhão o tirou para fora da estrada e os ladrões que estavam em outros veículos aproximaram-se do carro-forte e abriram fogo até que os seguranças renderam-se. Foi um roubo perfeito.