Crítica sobre o filme "Fabuloso Destino de Amelie Poulain, O":

Rafael K. Martini
Fabuloso Destino de Amelie Poulain, O Por Rafael K. Martini
| Data: 28/07/2003

Esse é um dos melhores filmes dos últimos 20 anos, e com certeza estaria entre os 20 melhores de todos os tempos (eu colocaria entre os 10) naquelas listas feitas pelos americanos se tivesse sido produzido nos EUA. Nada do que já foi lançado no cinema pode ser comparado a ele, totalmente novo e original, que inova no modo de contar uma história, assemelhando-se a um livro (geralmente é o contrário: o livro assemelha-se ao cinema, culminando na famosa expressão “o livro parece um filme!”), no uso das cores e efeitos especiais (espetaculares), feitos para ajudar na história, e não como atração principal, o que ocorre na maioria dos filmes do mainstream americano.

A fotografia é exemplar, com o uso de ângulos e movimentos inusitados que fluem como uma brisa suave junto com a trama principal, sem, em nenhum momento, parecer excessiva, o mesmo podendo-se dizer do som, cuja edição deve ter sido uma das mais difíceis na história do cinema, pois tem uma trilha sonora calma, com efeitos sonoros brandos, sem barulho, mas apenas maestria, parecendo uma sinfonia, além, é claro, da agradável sonoridade da língua francesa. Acrescente a isso tudo os cativantes personagens, todos bem representados, e uma fábula urbana diferente de tudo o que já se viu, filmada totalmente em locação na maravilhosa Paris, e teremos “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”, fabulosamente dirigido por Jean-Pierre Jeunet, o mesmo diretor do também diferente “Delicatéssen”.