Crítica sobre o filme "Expresso da Meia-Noite":

Marcelo Hugo da Rocha
Expresso da Meia-Noite Por Marcelo Hugo da Rocha
| Data: 23/02/2001

Já tivemos um período no cinema que estava na moda fazer "filme de prisão", como também de "seqüestro de avião", final da década de 70 e anos 80. Há poucas produções que são realmente boas, o resto é mera cópia. E esta faz parte do primeiro time, como FUGA DE ALCATRAZ (com Paul Newman). Seriam sub-gêneros? Bem, não importa, a verdade é que já se vão mais de 20 anos da realização e o filme se mantém atual. A maior prova é a cópia ruim A VIAGEM (Brokedown Palace) realizada em 98. Aqui temos uma das maiores interpretações do cinema, BRAD DAVIS (morreu de AIDS em 91). A cena da loucura, quando acaba arrancando a orelha de um dos prisioneiros com a boca é algo extraordinário! No ano do lançamento do filme, foi considerado uma das melhores revelações, até então desconhecido do grande público. Inclusive ganhou o GLOBO DE OURO de melhor revelação masculina. Mas acabou se perdendo em produções de qualidade duvidosa e papéis pequenos ("Carruagens de Fogo"). Até me pergunto porque ele não foi nem indicado para o Oscar, pois o filme concorreu a 6 estatuetas, e levou duas apenas (uma delas para Oliver Stone, roteiro!). A história é baseada no livro homônimo de Billy Hayes, mas não tão fiel como parece, principalmente, o modo como ele escapa da prisão (no site da Discovery Channel tem melhores detalhes). E Alan Parker é o diretor, mesmo que não seja uma das obras mais lembradas (vide "Pink Floyd The Wall", "Fama", "The Commitments" e "Evita" - todos musicais). Para finalizar, é uma obra importante, que deve ser vista, pois todos os ingredientes são de qualidade e estão lá: protagonista, diretor e história, mesmo contendo os clichês de "filmes de prisão" que já conhecemos.