Não foram as expectativas de retomar a trama de um grande clássico do terror que trouxe Exorcista: O Início para a mídia. A razão foi que os produtores, não satisfeitos como resultado final do diretor Paul Schrader, o demitiram e chamaram Renny Harlin para “dar um jeito comercial” no filme (em outras palavras, um terror mais explícito). Ocorre que acabaram o refazendo quase por completo, aproveitando apenas alguns atores, entre eles o que interpreta o Padre Merrin, Stellan Skarsgard.
É verdade que Exorcista teve duas continuações (1977 e 1990), mas que poupam maiores comentários. Mas porque em 1973, no ano em que nasci, foi a grande sensação nos cinemas, público e crítica, finalizando com mais de 10 indicações ao Oscar do ano seguinte? Terror psicológico, justamente o que falta neste “prequel” (fatos ocorridos anteriormente aos narrados no original). Longe de ser ruim, mas falta a carga de dramacidade que tinha no primeiro que deixava claro que, além de ser baseado em fatos reais, era plenamente possível. Em 2004 ficamos com uma aventura meio Indiana Jones com apelo aos sustos e impressões fáceis.
A premissa do filme, retirada de um fragmento de Exorcista, da qual o Padre Merrin está em missões “secretas” a serviço do Vaticano, também foi filmada em O Encontro (The Gathering), onde uma igreja é descoberta e há um segredo nela. Havia um forte boato afirmando que a versão do Paul Schrader seria lançado como “extra” no DVD. Não saiu. Agora, já tem até data marcada (maio/2005) para sair nos cinemas nos EUA em poucas salas. Vai ser ótimo comparar as versões, mas a edição do diretor do primeiro Exorcista, com 10 minutos a mais, não ajudou em muito o original assistido nos cinemas.